sábado, 25 de setembro de 2010

TEXTOS UTILIZADOS NOS ENCONTROS MENSAIS




PRIMEIRO LEITURA
Histórico da Educação Ambiental

Na Constituição Brasileira, lei nº 9.795, de 27 de Abril de 1999, consta em seu Art.1º que educação ambiental são “os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial a sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade”.
Para Segura (2001) a natureza do projeto como forma de organização do trabalho na escola é sob todos os ângulos enriquecedor porque, além de ter uma premissa a valorização dos recursos humanos envolvidos, ele articula metas, propõe estratégias, cria possibilidades de inserção da escola na comunidade e de cruzamento do conhecimento com a realidade numa dinâmica criativa.
“ “A ecopedagogia pretende desenvolver um novo olhar para a educação, um olhar global, uma nova maneira de ser estar no mundo, um jeito de pensar a partir da vida cotidiana, que busca sentido em cada momento, em cada ato, que pensa a prática (Paulo Freire) em cada instante de nossas vidas, evitando a burocratização do olhar e do
pensamento.”
Moacir Gadotti, Pedagogia da Terra

A transformação que se busca
Uma profunda mudança de valores, relações, significações
“ações pontuais”
o processo pedagógico - atitudes de abertura, interação solidária, subjetividade coletiva, sensibilidade, afetividade e espiritualidade.

“Enquanto o ambientalismo superficial apenas se interessa por um controle e gestão mais eficazes do ambiente natural em benefício do ‘homem’, o movimento da ecologia fundamentada na ética reconhece que o equilíbrio ecológico exige uma série de mudanças profundas em nossa percepção do papel que deve desempenhar o ser humano no ecossistema planetário”
Gutiérrez & Prado, Ecopedagogia
SEGUNDA LEITURA

Texto adaptado de: SAHEB, Daniele; ASINELLI –LUZ, Araci. AS REPRESENTAÇÕES DE MEIO AMBIENTE DE PROFESSORES E ALUNOS E A PEDAGOGIA DE PROJETOS: UM ESTUDO DE CASO EM CLASSES DE ALFABETIZAÇÃO Rev. eletrônica Mestr. Educ. Ambiental. ISSN 1517 -1256, v.16, janeiro junho de 2006.

“Ponto de Partida: As Representações de Meio Ambiente
O que se evidencia é que a construção da representação simbólica de ambiente depende não só das condições materiais que cercam o sujeito, mas também de conhecimentos e conteúdos afetivos, éticos, ideológicos, que condicionam sua própria percepção.
Todos os alunos têm uma imagem de meio ambiente antes e depois das aulas. A forma como grupos sociais ou setores da sociedade constroem suas representações em torno de temas ambientais, bem como de seus elementos constitutivos, pode ser o ponto de partida para o entendimento, a proposição e a eficiência do trabalho pedagógico em Educação Ambiental.
Piaget utilizou o termo representações espontâneas para mostrar que a visão de mundo da criança é diferente da do adulto e principalmente da visão da Ciência. A existência dessas representações é de fundamental importância para a educação, pois interfere no ensino escolar (DELVAL, 2001, p. 48). Desta forma, elas se tornam úteis para entender o que os alunos pensam e servem como ponto de partida da ação educacional, ajudando a construir o conhecimento a partir do que os alunos já sabem.
Para Becker (1995), a concepção que o professor tem sobre o conhecimento reflete diretamente em sua prática pedagógica. Com base nessa afirmação, procurando remetê-la ao processo de Educação Ambiental na escola e aliando-a aos estudos realizados por Reigota (1994), pode-se afirmar que a prática pedagógica do professor e a representação que ele tem de meio ambiente exercem uma influência sobre a construção das representações de meio ambiente na criança.
Reigota (1994, p.70) estabelece uma relação entre as concepções de educação e as representações de meio ambiente. A concepção tradicional de ensino faz com que o indivíduo se limite a aprender enunciados de maneira mecânica, sem uma construção pessoal e sem que os conceitos aos quais esses enunciados se referem tenham ligação com outras idéias espontâneas do sujeito. Reigota (1994), afirma que nesse contexto, a prática pedagógica se resume à transmissão de conhecimentos sobre a natureza, levando à construção de uma representação de meio ambiente naturalista, concebendo o ser humano como observador externo. Pode-se ainda levar a construção de uma representação de meio ambiente antropocêntrica, isto é, utilitarista, concebendo a conscientização dos alunos quanto à preservação dos recursos em função de sua utilização e dos quais dependem para sua sobrevivência.
A representação de meio ambiente globalizante evidencia as relações recíprocas entre natureza e sociedade. A proposta do trabalho com projetos reflete os conceitos construtivistas de Piaget, centralizada na formação do sujeito ativo, que utiliza sua experiência e seu conhecimento para resolver problemas. Partindo deste pressuposto, os indivíduos, enquanto agentes - ou sujeitos de cognição - recebem, ou internalizam de forma dinâmica, pró-ativa, as representações ou o conhecimento sobre o meio ambiente. Estabelecem uma relação interativa com os constituintes culturais e naturais, inventando linguagens e instrumentos.
Acreditamos que a Pedagogia de Projetos permite que as crianças tragam para dentro da sala de aula a sua realidade, não precisando deixá-la do lado de fora, possibilitando que, a partir das representações que as crianças têm de meio ambiente, construam uma aprendizagem significativa em Educação Ambiental.
Segundo Machado (1996, p. 63), o projeto é “como esboço, desenho, guia de imaginação ou semente da ação, um projeto significa sempre uma antecipação, uma referência ao futuro”.”


TERCEIRA LEITURA


Texto retirado de: PONZZES, Half Yuri Nicholas Baltar Silva de. Diagnóstico das ações em Educação Ambiental DESENVOLVIDAS PoR PROFESSORES DE CIÊNCIAS DA REDE pública municipaL de Aracaju-Sergipe. Monografia apresentada no Departamento de Biologia da UFS, 2008

“Diferentes concepções que orientam a implementação da EA
Diversos autores acreditam que a Educação Ambiental não deve se preocupar somente com as questões ecológicas das Ciências Naturais, mas sim considerar os aspectos políticos, econômicos e culturais da sociedade, com uma proposta muito mais ampla da educação e de transformação do indivíduo. Para Sato (2001), as pessoas que vivem nas mais diversas partes do mundo, que se comprometem com a proteção da vida, percebem a fundamental importância da educação na formação de valores e na ação social, através do seu processo educativo transformador. Reigota (1994) reitera sobre essa educação, afirmando que os cidadãos são preparados a reivindicar por justiça social, cidadania, autogestão e ética.
A Educação Ambiental formal, que é aquela desenvolvida no âmbito escolar, é fundamental na construção da cidadania ecológica, pois age na perspectiva de tratar a questão ambiental ligada ao cotidiano. Atualmente, mesmo que timidamente, as práticas pedagógicas vêm inserindo a dimensão ambiental nos programas e currículos do ensino formal, sendo desenvolvidas por diferentes formas e diferentes tendências (ARAÚJO, 2004).
Krasilchick (1986) afirma que é bastante difícil se chegar a um conceito de Educação Ambiental consensual, por causa das grandes diferenças de opiniões sobre as finalidades da educação e sobre as questões relativas à preservação e à restauração do ambiente. Loureiro (2006) acredita que os problemas ambientais vivenciados na atualidade determinam as reflexões em procurar o entendimento crítico de divisões chave da Educação Ambiental em vertentes, principalmente do que tange transformar, conscientizar, emancipar e exercer a cidadania em educação como também no ambientalismo.
Diversos autores classificam a Educação Ambiental em diferentes tipos de classificações, sendo que todos, apesar da nomenclatura ser distinta, seguem uma linha que parte de um conceito mais basal, o preservacionista-ambientalista, até um mais politizado, colocando o homem como o principal articulador para uma possível transformação da sociedade através da educação, formando um cidadão com um pensamento crítico perante os problemas da atualidade.
Sendo assim, as ações em Educação Ambiental desenvolvidas pelos professores de Ciências serão avaliadas segundo as tendências utilizadas por Araújo (2004, p. 59), em que utiliza três concepções:
* Preservacionista, em que o ambiente é tratado sob uma visão naturalista, sendo reconhecido o valor da natureza e seus recursos proporcionados, concepção esta que pode ser identificada como a “Vertente Ecológico-Preservacionista da Educação Ambiental”;
* Conservacionista, na qual o ambiente é avaliado sob a visão antropocêntrica, na conservação da quantidade ou da qualidade dos recursos, que busca sensibilizar os indivíduos para uma relação de proteção e preservação dos recursos naturais, apresentando pequenos indícios de transformação social, com seus programas centrados nos três “r”, os da redução, da reutilização e da reciclagem;
* Educação crítica, que relaciona a transformação social e econômica com a construção de uma mentalidade ambiental que caminha diante de algumas perguntas a propósito da realidade.”



QUARTA LEITURA


texto utilizado no terceiro encontro
SALA VERDE – SOCORRO
Trabalhando a Educação Ambiental


De acordo com Andrade e Jerônimo (2006, p.12) a Educação Ambiental vem sendo desenvolvida em diferentes esferas do saber:

NÃO FORMAL
Entende-se por educação ambiental não-formal as ações e práticas educativas voltadas à sensibilização da coletividade sobre as questões ambientais e à sua organização e participação na defesa da qualidade do meio ambiente.

FORMAL
Entende-se por educação ambiental na educação escolar a desenvolvida no âmbito dos currículos das instituições de ensino públicas e privadas.

Para Reigota (1994), a escola é um dos locais privilegiados para a realização da Educação Ambiental, desde que dê oportunidade à criatividade.
Os projetos desenvolvidos na esfera do saber formal, geralmente saem da escola e entram nas comunidades, fortalecendo a construção do saber não formal. A organização social é um fator muito importante na consolidação de ações como: Palestras, cursos, oficinas, campanha ecológica, dentre outras.
Dentre as três modalidades de EA, citadas anteriormente e como o trabalho da Sala Verde visa à formação continuada de professores, daremos ênfase à EA formal, ou seja, a educação no ambiente escolar que, para Reigota (1994,p.) deve enfatizar o estudo do meio onde vive o aluno, procurando levantar os principais problemas da comunidade , as contribuições da ciências, os conhecimentos necessários e as possibilidades concretas para a solução deles.
Ainda segundo Reigota o fato de a educação ambiental escolar priorizar o meio onde vive o aluno não significa, de forma alguma, que as questões (aparentemente) distantes do seu cotidiano não devam ser abordadas, pois não devemos esquecer que estamos procurando desenvolver não só a sua consciência e participação como cidadão brasileiro, mas também como cidadão planetário.
Na concepção de algumas pessoas a EA só ocorre de forma efetiva quando se sai da sala de aula e se estuda em contato direto com a natureza, geralmente em locais afastados e de difícil acesso. Esse tipo de pensamento desconsidera as inúmeras possibilidades existentes na escola e seu entorno. Por exemplo, o estudo pode ser desenvolvido na cozinha observando a presença ou não dos agrotóxicos nos alimentos, os hábitos alimentares, o desperdício e a geração de resíduo; no jardim da escola pode-se trabalhar a sua rica ou pobre biodiversidade. Nas proximidades da escola, estudar o movimento do trânsito, poluição sonora, visual, a rede de saneamento básico, entre muitos outros.


Referências Bibliográficas:
ANDRADE, Tânia; JERÔNIMO, Valdith. Meio Ambiente: Lixo e Educação Ambiental. João Pessoa: Grafset, p.13-14, 2003.
REIGOTA, Marcos. O que é Educação Ambiental. São Paulo: Brasiliense, 1994.

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